Esta história é diferente.
Visitamos a Quinta da Pacheca, mas revivemos velhos tempos… aqueles em que tínhamos amigos a trabalhar e a viver no Douro. Eles partiram, mas ficam as memórias… a terra e as heranças permanecem… a Pacheca é uma herança assim, linda e familiar.
Se bem que a Quinta continue “igual” aos nossos olhos, esta visita serviu para conhecermos os novos planos da marca e o desenvolvimento que tem tido, designadamente ao nível do enoturismo, após a abertura em 2009 do Hotel – The Wine House Hotel da Quinta da Pacheca – e a compra em 2012 da maioria do capital pelo Grupo Agriberia, de Maria do Céu Gonçalves e Paulo Pereira, empresários portugueses radicados em França. A aposta em dinamizar a sua unidade de turismo de charme no Douro e reforçar a qualidade dos vinhos Pacheca são os grandes desafios assumidos pela equipa da Quinta da Pacheca, que de uma produção de 80 mil a 90 mil garrafas, ao ano, passou para as 500 mil e as 600 mil.
Com a Eng.ª Maria Serpa Pimentel, responsável pela enologia da Quinta da Pacheca, conversámos sobre isto e muito mais…
Séculos de História da sua família, a ligação à Região, e à também famosa Quinta do Vale Abraão, a pouco mais de um quilómetro dali. Na verdade, era lá que a família vivia, desde o século XVIII, até à aquisição da Quinta da Pacheca. No entanto, as vinhas mantêm-se sua propriedade, assim como a marca Vale Abraão. Não podemos imaginamos melhor companhia para percorrer estes caminhos conhecidos e ouvir sobre estas histórias… e foram muitas, desde o Vale Abraão, o judeu que comprou, ao registo histórico das cheias de 1962, ao filme de Manoel de Oliveira e ao malfadado incêndio que consumiu a casa da família.
Mas passemos destas “lendas” para a realidade. A época era de vindimas, e o dia de rosé…
bem adequado à jovialidade e frescura que se sente na actual gestão da quinta, através de projectos como a implementação da loja online ou do Wine Bar que está acessível a qualquer pessoa que passe pela zona e queira beber um copo de vinho.
Embora não tenhamos ficado lá alojados (aliás, convém reservar com algum tempo de antecedência porque está sempre cheio), era obrigatória a visita ao The Wine House Hotel, ex-libris da Quinta da Pacheca. O Hotel fica onde, há algumas décadas, funcionava a habitação principal da família, situada por cima dos lagares de pedra, ainda usados, e da cave das barricas. Restaurada com respeito pela arquitectura original, mantém o traço e o espírito familiar da Quinta.
Conjuga na perfeição a modernidade com a sobriedade, elegância, uma certa nobreza e todo um conforto como se estivessemos em nossa casa. Um turismo de charme gerido ao pormenor. Acresce-lhe ainda uma característica à qual damos muito valor, esta “casa” tem uma luz fabulosa!
Almoçámos no restaurante do Hotel. Também ele a tirar partido desta bela luminosidade, com a sala principal virada para o exterior.
A ementa baseia-se na cozinha tradicional portuguesa, e é esse o ambiente que se respira. A decoração elegante e sóbria como todo o Hotel, convive com peças antigas como as loiças da Fábrica Bordalo Pinheiro e o magnífico móvel que foi trazido de Vale Abraão, e que nós tivemos a felicidade de admirar e fotografar.
Recordar este magnífico almoço e quem o partilhou connosco, é como que um raio de Sol nestes dias que já se tornam frios. Memórias de felicidade genuína, proporcionada pela boa companhia da Maria, os vinhos da Quinta da Pacheca e a comida do Chef Carlos Pires.
Os pratos e os vinhos:
. Sardinha em marinada de citrinos e gengibre, sobre torradinha de pão de milho tradicional e puré de pimentos assados
. Marmoreado de foie gras e marmelada ácida, redução de vinho do Porto tawny Quinta da Pacheca e flôr de sal
. Pacheca Colheita Branco 2014 & Pacheca Superior Branco 2014
. Bacalhau com crosta de broa e lima
. Naco de novilho sauté, com cogumelo Portobello e risotto de salpicão
. Pacheca Superior Tinto 2012
. Creme de leite torrado com frutos vermelhos e aromatizado com limão e hortelã
. Duo de chocolate
. Pacheca Porto Tawny 30 anos & Pacheca Porto Vintage 2013
Despedimo-nos com um ATÉ JÁ … porque temos de voltar em breve, porque sentimos saudades e porque queremos levar amigos para com eles partilhar o melhor.
Quinta da Pacheca
Rua do Relógio do Sol 261, 5100-424 Cambres, Lamego, Portugal
COORDENADAS GPS: N 41° 9′ 18.11” W 7° 47′ 46.04”
Nota: A estadia tem sempre incluída uma prova de vinhos. Os visitantes podem ainda optar por: provas explicadas e cursos de vinhos, workshops de cozinha e turismo ‘à la carte‘, incluindo passeios de barco, de comboio, de helicóptero ou pedestres.