Casa da Passarella / O Brazileiro
Rosé Dão 2013
13% Vol.
Quem não tem família no Brasil? Primos, tios, próximos, afastados
…deixamos aqui uma dessas muitas histórias dos nossos portugueses que deixaram a sua terra em busca de um futuro melhor:
“Um dia, Amândio d’Oliveira viu uma nuvem com a forma do mapa do Brasil. Ficou tão cheio de vontade de conhecer o que lhe guardava o seu destino, que só descansou quando apanhou o primeiro navio (…) Era apenas mais um entre os muitos portugueses convictos que iriam enriquecer uns centímetros à esquerda do planisfério. Mas fora ele o único a acreditar que voltaria ainda mais rico por dentro do que por fora. Quando viu uma nuvem com a forma do mapa de Portugal, Amândio voltou, já o século XIX tinha trazido alguns milagres à sua pátria querida. Mas o povo da sua aldeia continuava a torcer o nariz aos torna-viagem, acusando-os de riqueza fácil e sobranceria. Amândio queria provar-lhes o contrário. Por isso, mandou construir uma casa imensa como o Brasil. Povoou-a de malas e baús, madeiras exóticas e pássaros e plantas, frutas e memórias cristalizadas do seu tempo no outro hemisfério. Fez da casa um museu aberto à curiosidade de quem passava. E, por fim, fez do seu novo sotaque uma bebida. Uma bebida de luz e alegria, que conquistou de imediato a aldeia, e deixou o povo com a sensação de que o Eldorado era afinal muito mais verdadeiro e rosado.”
Brindámos pois neste dia à família, que regressa por estas alturas vinda do seu Eldorado… Brasil, França, América ou o que seja.
Com o coração e mente aberta para os receber e compreender, aceitar as suas atitudes diferentes ou ouvir duas línguas não perfeitas na mesma frase. A explicação para tal foi definida de alguma forma num tempo e num espaço, ou como modernamente se diz é “cultural“. Por aqui não se esquecem os muitos jovens que continuam a partir… e vamos esperar por estes novos “torna – viagens“.
O mesmo se aplica ao vinho rosé… tão mal amado por tantos! Se estivermos predispostos a provar, apreciar e aceitar que é diferente, chegamos à conclusão que este tipo de vinho tem lugar à mesa… com as suas características próprias, harmoniza com variadíssimos pratos, é ideal para o verão, primavera… não se sobrepondo à comida nem ao ambiente.
E na verdade, até os preços são apelativos! Neste dia serviu como aperitivo… um pré franguinho de churrasco, algo bem português … e acompanhou uma salada e queijo com folar.
Sem preconceitos e cheio de boa disposição foi como encarámos este Brazileiro Rosado, a ser saboreado com luz e alegria!
INFORMAÇÃO TÉCNICA:
Notas de Prova
Cor: rosa pálido
Aroma: a fruta vermelha, como morango e framboesa
Sabor: bom volume, fresco, frutado, boa acidez
Castas
Touriga Nacional e Tinta Roriz
Enólogo
Paulo Nunes
Preço: 3,29€