Adega Cooperativa de Cantanhede.
Fundada há 62 anos por um conjunto de 100 agricultores, que ambicionaram juntos fazer mais do que cada um de per si, numa altura em que ainda nem existia Região Demarcada da Bairrada.
O resultado é hoje uma Adega Cooperativa com cerca de 700 viticultores associados activos, correspondendo a 1000 hectares de vinha e a uma produção média anual de 6 a 7 milhões de quilos de uva, tendo-se tornado no principal produtor da Região Demarcada da Bairrada, representando 30 a 40% da produção global da região.
Certifica cerca de 80% da sua produção e é líder destacada nas vendas de vinhos DOC Bairrada e IG Beira Atlântico.
Maria Miguel Manão, Directora Comercial da Adega Cooperativa de Cantanhede, foi a nossa anfitriã numa visita, em que conversámos sobre a importância destes números, mas essencialmente sobre a responsabilidade social e económica que a Adega Cooperativa tem para a região.
Para percebermos melhor esta dimensão pode-se dizer, por exemplo, que é difícil encontrar na região uma família que não tenha ligação à Adega, seja como associado ou trabalhador.
E por isso a relevância da política seguida pela empresa, que tem obviamente em linha de conta o crescimento, mas cujo objectivo essencial é o de manter a qualidade e os associados, com o grande desafio de perpetuar as gerações de associados com a mesma essência. Durante estes 62 anos, a Adega Cooperativa de Cantanhede conheceu um crescimento assinalável, modernizou as suas instalações, obteve certificações e tem vindo a desenvolver vários projectos na área da viticultura de precisão e enologia, tendo inclusivamente celebrado uma parceria estratégica com a Biocant. Neste momento controla todo o processo, desde a vinha até à expedição.
E assim, enquanto vamos conhecendo melhor a Adega, tomamos consciência da responsabilidade e emoção de uma vindima em que são cerca de 650 a 700 associados a entregar aqui a uva todos os anos, que vai depois dar origem ao produto final – vinhos, espumantes, vinhos fortificados e aguardentes – e às diferentes marcas da empresa – Marquês de Marialva, Montarro, Da Pipa e Cantoniede.
Após a visita às instalações, em que passámos pelos míticos depósitos subterrâneos de vinho da Adega, com capacidade para um milhão de garrafas e onde estagiam os espumantes, passámos às provas no laboratório…
…mais precisamente a uma Vertical de Arintos:
. Marquês de Marialva Reserva Arinto 2012
. Marquês de Marialva Reserva Arinto 2013
. Marquês de Marialva Reserva Arinto 2014
. Marquês de Marialva Reserva Arinto 2015
. Marquês de Marialva Arinto Grande Reserva 2012
. Marquês de Marialva Arinto Grande Reserva 2013
A paternidade de todos estes vinhos é a mesma, a de Osvaldo Amado, o responsável pela enologia da Adega Cooperativa de Cantanhede desde 2011. É conhecida a sua paixão pela casta arinto, e aqui aposta em duas gamas diferentes, que se traduzem em belos exemplares da casta na Bairrada, região capaz de produzir grandes brancos com capacidade de evolução.
Uma prova que foi um privilégio, desde logo pela possibilidade de “acompanharmos” a evolução das diferentes colheitas – só faltando o Marquês de Marialva Reserva Arinto 2011, mas que tivemos oportunidade de provar poucos dias depois -, e ainda porque nos permitiu “explorar” com mais atenção a diferente complexidade das duas gamas.
Em comum, a primazia pela frescura e expressão da fruta. Vinhos cativantes e gulosos, com uma excelente relação entre a qualidade e o preço, com origem naquelas que serão as vinhas mais próximas do mar da região da Bairrada.
O Marquês de Marialva Reserva Arinto 2015 e o Marquês de Marialva Arinto Grande Reserva 2013 ainda não estão no mercado, mas pela prova que fizemos não vão certamente gorar as expectativas dos seus consumidores fiéis!
O Marquês de Marialva Arinto Grande Reserva é o topo de gama dos vinhos brancos da Adega Cooperativa de Cantanhede, e esta colheita de 2013 deu uma prova excepcional, pelo que não temos dúvidas de que será mais um grande vinho. Fidelização dos consumidores e distinção pela crítica especializada! Uma consequência expectável, quando uma empresa desta dimensão aposta fortemente nas castas portuguesas e se foca não só na quantidade e no preço, mas também na qualidade dos vinhos.