Este é um post para quem gosta de sushi. E vinho!
São cada vez mais os apreciadores de comida japonesa, e os muitos que têm vindo a descobrir os seus encantos… mesmo entre os nossos amigos, notamos um aumento significativo dos que passaram do “Clube do Não que Horror” para o “Clube do Sim Sempre“.
Foram conquistados com dificuldade, mas renderam-se totalmente!
Porque o sushi tem isso, depois de entrar na nossa vida é uma paixão definitiva.
Agradável, leve, saudável, ideal para partilhar, muito versátil e especialmente simples ( quando não somos nós a fazê-lo, claro! )… não suja louça, não arrefece, e é ideal para receber os amigos, sem complicações. A maior parte das vezes vamos buscar para comer em casa, somos mesmo muito adeptos do Take Away, e o bónus é que podemos abrir o vinho ao nosso gosto sem limitações.
São imensas as combinações possíveis com bons e económicos vinhos, de todas as regiões de Portugal.
Um pairing que pode ser feito a pensar no equilíbrio ou, se preferirem, a destacar a complexidade do vinho face à simplicidade das peças. Ambas as opções são válidas, plenas de sentido e um excelente desafio.
Do you Wine Sushi?
Deixamos algumas ideias, de como harmonizar o vinho com sushi, para experimentarem e quem sabe surpreender os amigos com boas propostas e sugestões!
Sushi, Sashimi, Nigiris ou Temakis:
Neste caso os vinhos querem-se como as peças, igualmente leves e subtis, para acompanhar os sabores delicados do peixe cru. Apostamos em vinhos frescos, com acidez e complexidade quanto baste.
As nossas preferências vão para alguns brancos do Dão, privilegiando os da casta encruzado, com mineralidade e boa acidez; nos Vinhos Verdes optamos pelos alvarinhos; entre os nossos favoritos estão ainda os vinhos atlânticos, de Lisboa ou da Bairrada, pelas suas características de frescura, mineralidade e notas salgadas.
Agradáveis à vista e ao palato, podem e devem também experimentar os vinhos rosé, desde logo pelo delicioso pendant que fazem com as peças de salmão.
Por último mas não menos importante, apostem nos espumantes portugueses, elegantes e o mais naturais possíveis.
As nossas sugestões:
Pacheca
Rosé Douro 2016
Aromático, com uma boa acidez e frescura, ideal para este Verão como acompanhamento de sushi.
Castas
Touriga Nacional e Tinta Roriz
Preço: 5,00€
BSE / Branco Seco Especial
Branco Setúbal 2016
Aroma frutado a abacaxi, melão, lichias. Sabor frutado, macio, equilibrado, suave com alguma elegância.
Castas
Antão Vaz e Arinto
Preço: 4,00€
Casa de Mouraz
Branco Dão 2015
Um vinho de lote a seguir a tradição da região do Dão, incluindo cerca de 15 variedades diferentes. Bom corpo, estrutura e acidez.
Castas
Vinhas velhas. Encruzado, Malvasia-Fina, Bical, Cerceal-Branco, Rabo-de-Ovelha, Fernão-Pires, Uva-Cão, Síria e outras
Preço: 8,00€
Contacto / Alvarinho
Branco Verde 2015
Aromas intensos, cítricos e tropicais, mas com grande complexidade. Encorpado, boa estrutura e final amargo e seco próprio da casta Alvarinho.
Castas
Alvarinho
Preço: 9,80€
Casal de Santa Maria / Malvasia
Branco Colares 2015
Vinho Regional de Lisboa, elaborado exclusivamente a partir da casta Malvasia de Colares. Leves aromas florais característicos da casta, notas de anis e tangerina. Sabor fresco e com boa acidez, final longo e com a característica sensação de salgado predominante da região de Colares.
Castas
Malvasia
Preço: 10,00€
Soalheiro / Primeiras Vinhas
Branco Verde 2015
Aroma elegante. Sabor encorpado, mineralidade, fresco e com boa complexidade gustativa.
Castas
Alvarinho
Preço: 14,90€
Campolargo / Cerceal
Branco Bairrada 2015
Um pináculo de elegância, boa estrutura e frescura. Firmeza na medida, e todas as boas características bairradinas. A justificar pagar um pouco mais…
Castas
Cerceal
Preço: 23,00€
Ex-Libris / Super Reserva
Espumante Bairrada 2008
Bem ao nosso gosto. Notas de frutos secos, alguma complexidade aromática, boa frescura e acidez. Evolução elegante e harmoniosa.
Preço: 12,50€
Messias / Grand Cuvée
Espumante Bairrada 2010
Blanc de Blancs em estilo suave e delicado, equilibrado e boa fruta.
Preço: 15,00€
Sushi de Fusão:
Remete-nos para sabores experimentais mais fortes, com a introdução de elementos não tradicionais como queijos, frutas ou molhos. Tempuras. Califórnia. Filadélfia. Cream cheese.
Em nossa casa dificilmente entram estas peças com excesso de molhos e de frituras.
Mas para quem aprecia, sugerimos um vinho branco com mais corpo, ou porque não um vinho tinto, preferencialmente jovem e fresco, sendo que algumas castas se destacam à partida como mais “adequadas”, é o caso do castelão e do pinot noir.
As nossas sugestões:
Quinta de Foz de Arouce
Branco Beiras 2015
Aroma complexo com notas de lima e toranja, mel e funcho. Boa estrutura e acidez equilibrada, suave com baunilha e notas fumadas. Longo final de boca.
Castas
Cerceal
Preço: 13,00€
Ninfa / Blanc de Noirs
Espumante Lisboa 2014
Cor ligeiramente salmonada, com complexidade e elegância. Cremoso, vivo, bolha fina e persistente.
Castas
Pinot Noir
Preço: 25,00€
Conceito / Bastardo
Tinto Douro 2014
Cor aberta e sedutora, aromas a morangos e cerejas maduras, e nuances vegetais. Na boca boa presença e acidez. No cômputo geral é elegante, fresco e original.
Castas
Bastardo
Preço: 18,00€
Campolargo / Diga?
Tinto Bairrada 2008
Cor intensa, e aromas vegetais. Vivaço, robusto e fresco. De um ano já difícil de encontrar, a ideia é seguir as mais recentes colheitas.
Castas
Petit Verdot
Preço: 29,90€
Na verdade, a maior parte das vezes numa refeição misturam-se todos estes elementos, num sem número de ingredientes e de múltiplos sabores.
Senão vejamos… Atum, Salmão, Cavala, Marisco, Pepino, Manga, Sementes de Sésamo, Algas, Arroz, Gengibre, Pickles … e alguns declarados inimigos do vinho como o Molho de Soja, o Wasabi e o Vinagre.
O ideal, se forem várias pessoas a partilhar, é experimentar vinhos diferentes para momentos diferentes, um para o início e outro para finalizar, da menor para a maior complexidade, do “liso” para as bolhas ou vice versa.
Vale quase tudo! Porque vai ser sempre delicioso…
Já o dissemos acima e voltamos a reiterar, face à versatilidade do sushi e dos vinhos portugueses, são inúmeras as possibilidades de harmonização, e mesmo os restaurantes de comida japonesa só não têm uma boa carta de vinhos se não quiserem… ou não se derem a esse “trabalho“. A maior parte continua a apostar na sangria, uma opção engraçada mas que não chega sequer a ser mais barata nem tem a mesma qualidade.
Se aproveitamos o bom peixe da nossa costa, porque não o bom vinho das nossas uvas?
Fica a dica!
Nota: Estas são algumas variantes escolhidas dentro da realidade portuguesa, e já ficamos muito bem servidos, mas existem outras propostas no resto do mundo que podem também experimentar, por exemplo Muscadet, Chablis, Gruner Veltliner, Pinot Grigio e os Riesling.
Dos últimos que tivemos oportunidade de provar destacamos:
Rosé de L’Ostal Cazes / Albariño Zarate Tras da Viña / Marqués de Vizhoja / Altapavina Pinot Noir / Riesling Hugel