“old is the new new”
O convite do grupo #daowinelover tinha como tema os Vinhos do Século XX… para nós era só mais um motivo para regressarmos ao Dão, e estarmos com amigos, mais propriamente na Quinta da Espinhosa, no planalto de Vila Nova de Tazém.
Saímos de casa sem saber bem o que nos esperava, e sem grandes expectativas…chama-se confiar. O élan à volta dos vinhos velhos sempre foi para nós um lugar estranho… mas podemos dizer que não tinhamos nenhuma ideia pré-concebida em relação ao tema. O que não se pode dizer dos muitos que nos agoiraram o dia… 1983? Ui, isso já não presta… e dos muitos que nos invejaram pela experiência! E tudo isto sem sequer falar em vinhos brancos…
Será o vinagre de um Homem a relíquia de outro?
Os vinhos velhos comportam sempre algum risco… mas quem “paga para ver” são normalmente interessados, seguidores, que pretendem beber muito mais do que o líquido em si. Compreende-se a mística… porque no nosso copo não temos só o vinho x ou y, mas sim um copo cheio de História… e tanto melhor se essa História ainda se encontrar viva e elegante em forma de vinho.
Será o seu valor o seu sabor, ou o facto de passados tantos anos ainda estarem vivos?
Não vamos aprofundar esta questão de paixões… deixamos isso para os especialistas. Mas não negamos ser um momento único beber um Dão Colibri de 1960 servido pelo patriarca da Quinta da Espinhosa, alguém que foi buscar uma relíquia para dar o melhor a quem é visita. Nem o especial prazer que tivemos em levar um vinho tão apreciado pelos presentes…a simbologia e as emoções que provocou valeram cada tostão que pagámos por ele. E não, não concordamos que façamos parte de uma geração catalogada de consumo imediato e gostos padronizados. Somos todos movidos por um percurso de vida, por exemplos, por experiências… são muitas as variáveis a ter em conta quando se fala na forma como cada um vive o vinho. Podemos até contrapôr…
Não será também o culto dos vinhos velhos uma moda e uma exacerbação da diferença?
Esta é a “lista” dos Vinhos do Século XX bebidos neste dia, e atenção, estavam todos em boas condições:
. Espinhosa – Colibri tinto 1960, 1970, 1971, Presidencial 1980 e Reserva 1999
. Caves São João – Porta dos Cavaleiros 1983 [a nossa relíquia]
. Quinta dos Roques 1990
. Udaca 1994
. Convento de Aguiar 1994 e 1995
. Meia Encosta Garrafeira 1995
. Quinta dos Maias Malvasia Fina 1996
. CEVN 1996
. Terras de Tavares Reserva 1997
. Quinta de Cabriz 1998
. Sogrape Reserva 1999
. Quinta da Falorca tinto 2000, Reserva tinto 2000 e Palha Malhada tinto 1999
. Fernão Duque Reserva tinto 2000
Mas nem só de vinhos se fez a história deste almoço beirão… a acompanhar os vinhos do século passado deliciámo-nos com cabritinho e batatas em forno de lenha, e para sobremesa os tradicionais leite creme e arroz doce, as maçãs assadas e ainda as primeiras castanhas do ano! Valeu-nos um passeio pelas vinhas e adega para desmoer… Longa vida ao Dão que comemorava os 105 anos da D.O.C., longa vida aos vinhos e a quem os bebe… bem-haja ao acolhimento serrano!
Foi um prazer conhecê-los, e não menor prazer foi beber o magnífico Porta dos Cavaleiros 83!
Obrigado 🙂 O prazer também foi nosso, esperamos pelos próximos encontros!
[…] de um dia em cheio, de provas e convívio com amigos, seguimos à procura de mais uma referência […]
Boa Noite
Tenho uma garrafa de Dão Encosta dos Cavaleiros Tinto colheita 1974, que me foi oferecida já alguns anos, pergunto se esta garrafa tem algum valor comercial, o rótulo frontal não está nas melhores condições mas é percetível a origem, já o outro rotulo e o selo de garantia bem o ano de colheita são bem precétiveis.
Obrg Miguel Rodrigues
Caro Miguel Rodrigues,
sobre o valor comercial desse vinho não o conseguimos esclarecer.Mas se quiser aderir ao grupo http://www.facebook.com/groups/daowinelover/ encontrará certamente quem o possa ajudar. E não se esqueça,mais do que a embalagem é muito importante a forma como o vinho foi armazenado!
Obrigado!