Tapada do Chaves
Branco Alentejo 2014
13,5% Vol.
De volta aos clássicos, e às tertúlias alentejanas promovidas por João Pedro de Carvalho, rumámos até terras do Alto Alentejo, Portalegre.
Em busca dos lendários vinhos da região, e das suas vinhas velhas (porque elas existem sim!).
Idosas e datadas. Com 103, 115 e 117 anos de vida. Uma larga e fértil existência, que nos recebe sob a forma de anfiteatro.
Memória colectiva de uma propriedade que há quase 100 anos produz vinho de qualidade reconhecida, falamos da Tapada do Chaves.
Não há bem a certeza do seu ano de fundação, presume-se que por volta de 1897/1898.
Sabemos sim, que durante muito tempo foi um vinho de elites, até que a sua qualidade foi sendo divulgada e difundida.
Esta centenária propriedade, que hoje faz parte do grupo Murganheira, mantém a produção de vinho, com um total 30h de vinha – Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet, Castelão, Tinta Francesa, Antão Vaz, Fernão Pires, Arinto, Alva, Tamarez – e 30 h de montado, trabalhando sempre com uva própria e vindima 100% manual. À vinificação segundo os métodos mais tradicionais, acresce o estágio em madeiras de carvalho nacional, o que não é muito comum.
Situada na fresca e granítica encosta da Serra de S. Mamede, tem pela sua localização privilegiada qualidades únicas e características muito particulares e distintas do resto da região.
Nesta manhã de visita à Tapada do Chaves, sob a batuta da maestrina Marta Lourenço, a enóloga que comanda os destinos da casa desde 2010, as provas foram da clássica escola alentejana até aos dias de hoje.
Um autêntico festival do nacional cançonetismo alentejano… em vinho, claro está!
Vertical de brancos Tapada do Chaves:
. 1977 – A destacar-se pela sua bonita cor melada, ligeira acidez ainda presente, mas sobretudo pela marca história de um ano declaradamente fabuloso para o vinho português.
. 1982
. 1985
. 1996 – A destacar-se por ser o eleito da maior parte dos presentes. Um grande vinho, das castas Arinto, Terrantez e Fernão Pires, com boa acidez da fruta, vivaz e guloso, e um bom e longo final.
. 2000
. 2010
. 2014
Vertical de tintos Tapada do Chaves:
. 1971
. 1977 – A destacar-se pela sua evolução, fruta ainda com alguma intensidade e ligeira acidez.
. 1986 – A destacar-se, pelos seus aromas do bosque, pelos especiados e mentolados, a boa fruta e a fresca acidez, a oferecer uma prova de grande prazer.
. 1988 – A destacar-se pela frescura, elegância e maravilhosa expressão de todo o terroir e história dos vinhos alentejanos à época.
. 1996
. 1999 – A destacar-se pela jovialidade, frescura e estrutura.
. 2000
. 2010 – A destacar-se por ser a primeira vindima de Marta Lourenço nesta propriedade, e um desafio para uma enóloga mais dedicada à criação de espumantes. Um vinho no geral muito apreciado por todos os presentes, com notas vegetais e de frutas silvestres, combinadas harmoniosamente com notas especiadas. Bom corpo, taninos finos e um longo final de boca. Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet.
. 2011 – A destacar-se pela sua força e fruta madura, com uma frescura q.b. e muita juventude.
No geral, uma história de vinhos frescos e elegantes, sabores discretos e uma deliciosa acidez que os torna… intemporais.
Clássicos de sempre, que deixam no paladar toda a personalidade dos grandes vinhos do Alentejo.
De salientar ainda a particularidade de todos os vinhos antigos serem assinados “by Gertrudes Fino”, proprietária da Tapada de Chaves até aos anos 90, e das poucas que assinavam os próprios vinhos nesta altura.
Se hoje ainda é possível provar estas míticas referências, a ela lho devemos, pois cabe-lhe o mérito de ter guardado um número considerável de garrafas de todas as colheitas.
Os vinhos da Tapada do Chaves contemporâneos mantêm as características tradicionais, mas já não são exclusivos das elites há muito. A História deste tesouro do Alto Alentejo escreve-se agora com uma nova imagem, nova enologia, bons preços e até um espumante de sucesso.
Porque acreditamos e celebramos a renovação da casa, escolhemos um Tapada do Chaves branco 2014.
Aromas cítrinos frescos e de flôr de laranjeira que nos acompanharam num último adeus pela propriedade, que é ela própria de uma juventude seguramente eterna…
INFORMAÇÃO TÉCNICA:
Notas de Prova
Cor: palha citrina
Aroma: citrino fresco e flôr de laranjeira
Sabor: vivo, jovem e fresco
Final de Prova: médio
Castas
Arinto, Fernão Pires e Antão Vaz
Enologia
Marta Lourenço
Produtor
Tapada do Chaves
Preço: 11,00€
Tapada do Chaves
Frangoneiro, 7301-901 Portalegre, Portugal
COORDENADAS GPS: N 39° 17′ 28.048” W 7° 27′ 46.461”
Nota: Ideal para o Verão que se avizinha.
Perfeito como aperitivo, para acompanhar peixes e pratos leves. De volta a casa, brilhou na companhia de uma salada russa.