Alfaiate
Branco Setúbal 2013
12,5% Vol.
Recentemente tivemos oportunidade de acompanhar todo o processo de criação de um vinho até ser lançado no mercado. A nossa ideia generalizada… começa na vinha, com boas uvas, e depois passa para a adega e para o enólogo, a quem cabe finalizar o líquido precioso, para ser engarrafado e acabar nas prateleiras dos pontos de venda. Se pesquisarmos no Google, é basicamente isto que encontramos e até menos.
Uma ideia correcta, mas simplista. Não nos esqueçamos que há também para tratar uma série de questões administrativas, legais, de escolha de garrafas, rótulos… e as importantes decisões de carácter comercial ou de racionalidade económica.
Depois de tudo isto… bons tecidos, bom alfaiate e bom corte… a quem serve o nosso vinho?
Qual a medida do que se pretende fazer e a quem agradar? Alta-costura? Ou pronto-a-vestir? A importância destas questões e a sua resposta não será menos importante que todo o processo atrás descrito….
Trazemos um vinho merecedor de destaque, o corte é excelente e assenta-nos na perfeição! Alfaiate Branco 2013…
não sabemos a origem do nome, nem posicionamento pretendido… só sabemos que é proveniente da Herdade do Portocarro, situada entre a fronteira dos distritos de Setúbal e Évora, paredes meias com a Ribeira do Sado, rodeada pelo verde dos arrozais. A qualidade das suas colheitas, ano após ano, faz desta herdade uma das mais reconhecidas da região, bem como os seus vinhos, conhecidos entre apreciadores como originais, sedutores, com qualidade e personalidade. O produtor é José Mota Capitão, e este Alfaiate dizem ser um vinho feito à medida da sua sensibilidade…
Resulta da combinação das castas Sercial, Galego Dourado, Arinto e Antão Vaz, as duas primeiras de vinhas próprias da Herdade do Portocarro, as outras duas provenientes do Alentejo. Vindima-se Arinto e Antão Vaz muito cedo, quando garantem uma acidez vibrante e um grau alcoólico mais baixo, bem como o difícil Sercial, igualmente conhecida pelo nome Esgana Cão devido à sua acidez inflexível. Realça ainda a opção pelo Galego Dourado, casta branca nacional quase perdida e esquecida, que faz parte do encepamento tradicional de Carcavelos, e que em tempos idos teria sido casta habitual na zona do Torrão, onde hoje se inserem as vinhas de Mota Capitão.
Um vinho branco que nos deu muito prazer… é diferente, profundo e rebenta personalidade pelas costuras. Não foi estreia ‘aqui em casa’, e bebemo-lo quase a solo porque nos apeteceu saboreá-lo assim.
As fotos foram premeditadamente tiradas no Atelier da marca
Rasto, de Geraldo Cirineu. Uma linha dedicada ao ciclista urbano, 100% portuguesa e 100% feita à mão! Uma feliz analogia, pois também aqui se inova e se mantêm os ensinamentos do passado, numa ligação com uma região que ainda vive muito a tradição e nostalgia do ciclismo.
Para além das fotos, partilhámos obviamente um copo com o verdadeiro Alfaiate!
INFORMAÇÃO TÉCNICA:
Notas de Prova
Cor: amarelo claro
Aroma: frutado, no início muito discreto a ananás, e depois passa a frutos de polpa branca, maçã e pêras
Sabor: refrescante acidez, nada agressiva mas antes cheia de elegância onde aparecem outra vez a maçã e a pêra, remata uma ligeira untuosidade
Final de Prova: persistente
Castas
Sercial, Galego-dourado, Arinto e Antão Vaz
Preço: 13,75€
Nota: Loja online da Rasto www.rasto.tictail.com