Dias Atlânticos
Bebes.Comes 05/04/2023

Famílias / Meio Doce 50 Anos

Madeira D.O.P.
19,5% Vol.

Quem conta um conto pode fazê-lo através do vinho… E esta é só a nossa pequena narrativa de uma visita em que a personagem principal é o Vinho da Madeira.

Já diziam os nossos paizinhos, “que de nada servia conhecer o mundo sem antes conhecer Portugal“, e tem sido esse também o nosso lema no que ao “mundo dos vinhos” diz respeito.

Pelo que rumámos até à vulcânica Ilha da Madeira, e fomos aprender um pouco sobre a história do seu vinho, terroir, castas e métodos de produção.


Magníficos Dias Atlânticos.


O solo e o clima únicos da Ilha da Madeira, tal como o processo de produção e o tipo de uva cultivada, contribuíram para a distinção inigualável do Vinho Madeira ao longo dos tempos.

A proximidade ao oceano confere caraterísticas únicas às vinhas, assim como uma ligeira salinidade que dá ao vinho um sabor singular. Um arquipélago de paisagens de cortar a respiração e património natural absolutamente deslumbrante, sem esquecermos a fantástica culinária e riqueza dos restantes produtos madeirenses, com um clima perfeito para os que passeiam e uma população extremamente acolhedora.

Brisas e amor.


Coleccionei Instantâneos Pessoais.


Quando viajamos não temos a pretensão de ficar a conhecer tudo, preferimos usufruir com calma do que tem realmente significado para nós.

Um dos motivos pelos quais, na nossa estadia na Ilha decidimos visitar a Barbeito e não outra produtora de vinhos da Madeira, foi porque sabíamos que íamos ser recebidos por e como amigos, mas também por ser uma empresa que se pode dizer que deu origem a uma mudança no destino dos vinhos da Madeira.

Numa altura em que o negócio do vinho a granel era competitivo, pouco rentável, e ameaçava denegrir a qualidade do vinho que era engarrafado, em 1991 com a concretização da parceria com a família Kinoshita, com quem já mantinham relações comerciais e de amizade, e ainda com a entrada de Ricardo Diogo na empresa, tomou-se a decisão que iria mudar o futuro da Barbeito, abandonando o negócio do vinho a granel e concentrando os esforços na produção de vinho de qualidade.

Era como um regresso ao passado do seu avô, que só pretendia dedicar-se a fazer e vender bom vinho mesmo que em poucas quantidades, e com a produção do vinho a passar para a responsabilidade de um membro da família, Ricardo Diogo, que mesmo não sendo essa a sua área originária de formação delineou uma nova era de vinhos de qualidade com estilo próprio.

Reorganizou a empresa, introduziram-se novos conceitos de marketing e embalagens inovadoras, lançaram-se alguns produtos de nicho, e procurou-se produzir vinhos mais puros e com mais acidez, mais elegantes e limpos na cor. Fomentando ao mesmo tempo uma maior aproximação ao viticultor como base fundamental para conseguir adquirir uvas de melhor qualidade.

Alheio à crítica, desempenhou um papel importante no crescimento dos vinhos da Madeira, a qualidade dos vinhos produzidos na Barbeito ganhou uma excelente reputação, chamando e captando a atenção de novos consumidores, como nós.


Retrospectivei Expressões Superficiais.


É a viajar que obtemos uma experiência sensorial completa de uma coisa que só poderia existir nesta parte específica do mundo neste momento específico no tempo.

E neste caso falamos da prova sublime que fizemos na casa dos vinhos Barbeito. Prazer pelo Prazer. Mas é com humildade que admitimos que seriam precisos muitos mais dias de provas e aprendizagem, para conhecer melhor a História e a complexidade do Vinho da Madeira.

Um pequeno prólogo num Capítulo a desvendar… em que escolhemos destacar um dos vinhos em particular, o Famílias – Meio Doce 50 Anos, porque para além de ter sido considerado um dos melhores licorosos de Portugal celebra a ligação aos viticultores e às Famílias que cedem o vinho para produção.


Brindemos à Família do Vinho!


Ao longo dos últimos anos Ricardo Diogo teve o privilégio de trabalhar alguns projetos com as famílias Favila Vieira (Ribeiro Real) e Manuel Eugénio Fernandes (Seixal), dando continuidade às longas amizades que vinham do seu avô e da sua mãe.

Juntou três vinhos para fazer este lote, Sercial da zona do Seixal, Verdelho da Ribeira da Janela e Malvasia de São Jorge, simbolizando cada um deles a união das suas famílias na preservação do Vinho Madeira e da sua história.

Em Novembro de 2021, foram engarrafadas 618 unidades, todas individualmente numeradas. Uma joint venture que resulta num vinho que se destaca pelas sua expecionais características de elegância e acidez.

Na boca, e já em jeito de repetição, o sabor é elegante, fresco e com uma acidez fantástica. No nariz, apesar da sua complexidade que lhe dão as notas de tosta, especiarias, ligeiro balsâmico, caramelo salgado e nozes, é também elegante e fresco, graças a uns ligeiros apontamentos cítricos e de gengibre.

Um vinho comemorativo que prima pela finesse, frescura e juventude, e que ganhará certamente com o passar dos anos. Um prazer a apreciar para quem puder ter acesso a uma destas raras garrafas produzidas.

INFORMAÇÃO TÉCNICA:

Notas de Prova
Cor: âmbar
Aroma: intenso e fresco, com alguma tosta e especiarias, caramelo, nozes
Sabor: elegante e com boa acidez
Final de Prova: fresco e longo

Castas
Sercial (44%), Verdelho (44%) e Malvasia (12%)

Produtor
Vinhos Barbeito

Preço: 995,00€


Barbeito Vinhos

Parque Empresarial de Câmara de Lobos – Lote 8, 9300-324 Câmara de Lobos, Portugal

www.vinhosbarbeito.com

COORDENADAS GPS: N 38° 38′ 43.24” W 7° 57′ 14.229”

Nota: A família não podes escolher mas os “amigos do vinho” sim, pelo que deixamos um agradecimento especial ao Nuno Duarte e ao Leandro Gouveia pela especial recepção na Barbeito Vinhos.

Uma edição limitada a 618 garrafas. Beber a 16/18ºC. Mantém-se em boas condições durante vários meses após a sua abertura.


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