Ilha do Pico – Terroir Vulcânico / Arinto dos Açores
Branco Pico 2017
13% Vol.
Desde o início do blog que o nosso foco esteve sempre nos vinhos portugueses.
Conhecê-los e divulgá-los. É o que nos move.
E enquanto se criticam linhas editoriais assentes nas mesmas escolhas, na blogosfera criam-se novos conteúdos todos os dias, com base na procura de novas experiências pelos mais curiosos…
Foi o que nos levou até à Ilha do Pico, onde há muito mais para fazer do que subir à montanha mais alta de Portugal.
Fomos aprender as histórias das suas vinhas e do vinho, e sentir na pele essa brisa e mineralidade insular de que tanto se fala!
A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico foi em 2004 classificada pela UNESCO como Património da Humanidade. No Lajido da Criação Velha, a beleza da natureza convive com a excelência do vinho aí produzido.
Vinhas plantadas em cima de pedra vulcânica e praticamente sobre mar…
…quilómetros de paisagem rendilhada pelas quadrículas imperfeitas dos chamados Currais, construídos à mão para proteger as uvas da fúria dos elementos da natureza, como a chuva constante e o rocio do mar.
O Moinho de vento do Frade serviu-nos de miradouro para uma paisagem deslumbrante… dos muros de pedra negra e chão de lajido, à Montanha do Pico, a norte, e à lIha do Faial e Ilhéus da Madalena, a oeste.
Mais um sonho vínico cumprido! E uma experiência vivida a dois…
Para além da paisagem…
A cultura dos vinhos nos Açores está em franca expansão.
Sobretudo pelos vinhos brancos, de uma originalidade única, pela sua acidez, mineralidade e salinidade, que despertam cada vez mais interesse nos apreciadores de vinho que procuram autenticidade e diversidade.
Fomos conhecer a..
Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico
Com origem em 1949, é o maior produtor de vinho dos Açores, juntando cerca de 240 membros associados (quase todos proprietários de pequeníssimas quantidades de terra) que cobrem 90% da área da Vinha do Lajido.
Muito longe dos projectos iniciais, para trás ficam alguns insucessos e até o famoso “vinho de cheiro”, sendo que hoje a aposta é cada vez mais na qualidade dos vinhos e na modernização da adega.
Em 2004, o reconhecimento da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha e classificação pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade veio dar um novo ânimo aos viticultores, para a continuidade da produção das castas tradicionais da “Região Demarcada do Pico”.
E é na colheita de 2017, que a Cooperativa decide apresentar três monocastas de topo, um Arinto dos Açores, um Verdelho e um Terrantez, fermentados em balseiros de grande dimensão.
É esta a visão do enólogo Bernardo Cabral, imprimir qualidade e manter a tipicidade do terroir.
Entretanto, reposiciona-se a marca e preparam-se novos conceitos, como o caso dos licorosos que tivemos oportunidade de provar e que vão dar que falar!
Uma escolha entre os três monocastas seria impossível!
De qualquer forma, salientamos a frescura salina deste Arinto dos Açores, com um aroma cativante e uma boca a apresentar a boa acidez típica da casta.
Elegante e multifacetado, será a escolha certa para revisitarmos à mesa esta Ilha que tanto nos encantou.
INFORMAÇÃO TÉCNICA:
Notas de Prova
Cor: amarelo citrino
Aroma: notas minerais e limonadas
Sabor: bom volume e acidez
Final de Prova: fresco
Castas
Arinto dos Açores
Enologia
Bernardo Cabral
Produtor
Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico
Preço: 20,00€
Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico
Av. Padre Nunes da Rosa 29, 9950-302 Madalena, Pico – Açores – Portugal
COORDENADAS GPS: N 38° 31′ 52” W 28° 31′ 59.476”
Nota: A Cooperativa Vitivinícola é o maior produtor de vinho dos Açores, mas na Ilha do Pico existem outros (que não podíamos deixar de referir), como o Czar, o Curral Atlantis, e ainda a Azores Wine Company, que têm também sido importantes dinamizadores no que diz respeito à cultura do vinho nos Açores, com especial destaque para o papel do enólogo António Maçanita na introdução de novos conceitos, divulgação e conquista do público mais jovem das ilhas e continente.
Garrafa #5273/7308.